quarta-feira, 30 de julho de 2014

Discordo do Tostão

Hoje li, como sempre leio, a coluna do tostão, que é um dos melhores colunistas do Brasil. Dificilmente se vê alguém que foi craque dentro de campo, ser tão bom analisando, sendo referência para os demais jornalista e analistas de futebol.

Tostão fala das virtudes do futebol brasileiro, lamentando o fato de serem tão raras. Como tenho concentrado meu blog na análise do futebol em geral, mais em especial do meu Cruzeiro, permito-me ousadamente discordar do mestre.

Ele fala das virtudes do time do Cruzeiro e diz que ainda falta um volante no lugar do Henrique, que tenha mais mobilidade e habilidade, como Arouca, Cícero, Elias e outros. Contudo vejo um grande defeito nesse tipo de jogador: O excesso de tempo com a bola. Henrique toca quase sempre de primeira, o que dá mais velocidade ao time. Esses caras demoram muito com a bola e só são destaques quando estão fora da posição, no ataque. Sempre que um voltante de boa qualidade técnica chega de trás é difícil de marcar. Isso eles fazem por natureza e não porque os técnicos mandam e treinam. O Henrique não chega, mas faz o seu papel de volante melhor que estes. Claro que ele poderia chegar mais à frente chutando de fora da área e infiltrando na área, mas acredito que Henrique mesmo tendo menos habilidade que os citados por Tostão seria mais fácil de treiná-lo a ser mais ofensivos do que fazer com que os "barbantes da camisa 8" toquem a bola mais rápido.

Por falar em toque de bola, Ronaldinho gaúcho deixou o Atlético e foi talvez, o maior nome da história do Clube, pois foi o principal jogador, do principal título, em bora nunca irá assumir essa condição perante a mídia e a torcida pois ficou apenas 2 anos no time. Apesar de ser o principal jogador, com uma habilidade e inteligência pra futebol acima da média, Ronaldinho sempre teve esse defeito. Demorar demais com a bola. Sempre que tocou de primeira saiu coisa boa, mas quando ficar protegendo a bola pra ver o que vai fazer depois, atrasa a jogada e hoje em dia, como não tem mais a agilidade de outros tempos, acaba perdendo a bola na maioria das jogadas. na Europa já não conseguia jogar, porque lá, diferente daqui, se um jogador demora demais com bola rapidinho tem três ou quatro em cima dele. Aqui ele ainda conseguiu ser destaque, como todos os que vem de lá (Seedoorf, Juninho Pernambucano, Alex, e agora Kaká). Vou encerrar por aqui porque já cansei de falar da diferença entre o futebol europeu e os demais. Pena que os técnicos brasileiros não me ouvem.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

De volta ao Brasileirão!

Passado a ressaca da Copa do Mundo, voltemos ao nosso (pobre) futebol brasileiro. O Cruzeiro é o favorito. Pelo elenco, pelo conjunto e pela excelente inter temporada que fez. Mas favoritismo não é certeza. Existem muitas incógnitas que só serão respondidas com o tempo. Dentre estas a do São Paulo com Kaká, que certamente voltará jogando bem porque o futebol brasileiro é bem mais fácil que o europeu onde ele já não estava mal. O Fluminense com Cícero; o Palmeiras com um técnico estrangeiro; o Corinthians com Elias.
Espero que a lição da Copa tenha sido aprendida pelos técnicos brasileiros, e que surja um capaz de montar um time que jogue compacto (no ataque) e com movimentação e toques rápidos.
Os técnicos brasileiros vêem os times europeus jogando mas não sabem imitar, tem medo de colocar um time inteiro no ataque. Acreditam que colocar um goleiro na intermediária é pedir pra tomar gol de cobertura. Quanta ignorância!! Alguém viu o Neuer, goleiro da seleção da Alemanha e do Bayern tomar gol por estar adiantado? Ninguém viu simplesmente porque os times não dão esta oportunidade ao adversário pois o time pressiona o  adversário com quantidade de jogadores que não dão liberdade pra mandar uma bola do meio campo.
Espero que os técnicos brasileiros sejam mais humildes pra entender que eles precisam aprender a jogar como os europeus, e abram mão de um orgulho que demostra mais pobreza do que grandeza de espirito.
"A soberba do homem o abaterá, mas a honra sustentará o humilde de espírito".Provérbios 29:23

quarta-feira, 9 de julho de 2014

A Oportunidade de mudar!

Há tempos não postava aqui no Blog, talvez por falta de motivação. Contudo a Seleção Brasileira, ontem ao tomar 7x1 para Alemanha me motivou novamente.

Já vinha falando a todos que o Cruzeiro era melhor que a seleção. Não porque sou cruzeirense, mas porque é pura verdade. O Cruzeiro consegue criar dezenas de oportunidades num jogo e o Brasil só faz gol ou de escanteio, falta ou de Neymar. Pobre do Fred, que é excelente centroavante, mas que na copa toda só teve uma oportunidade clara de gol e fez. Pra um time que não tem tabelas; não tem jogadas de linha de fundo e só joga no chutão e no Neymar individualmente (que deve teve agradecido ao Colombiano por tirá-lo dessa roubada) é difícil um centroavante aparecer.

Mas olhando para o lado positivo, uma porrada dessas deve servir para uma mudança completa na filosofia do futebol brasileiro, como eu disse que deveria ser feito em outra postagem, ressaltando a diferença entre o futebol sulamericano e o europeu. E aconteceu tudo o que eu tinha falado.

Muita gente diz que não sabe explicar como aconteceu aquilo ontem. Eu sei. Primeiro um escanteio onde não existe marcação individual e sim por zona, e onde o Davi Luis esqueceu que estava sem o Tiago Silva e foi justamente onde a Alemanha fez o primeiro gol. Depois o Felipão (como TODOS OS DEMAIS técnicos brasileiros) não sabe fazer o time jogar compacto e havia um buraco entre a defesa e o meio campo, justamente onde o time inteiro da Alemanha se posicionou. Aí foi mamão com açúcar. Além de que tudo deu certo pra Alemanha. Até o Schurle que havia perdido dois gols na cara no último jogo acertou a gaveta.

Agora é hora de começar a mudar o que já era pra ter sido mudado há muito tempo, mas vinha sendo encoberto por resultados favoráveis da seleção. E a mudança começa pelo técnico da seleção. Gostaria de ver o Guardiola (semi técnico da seleção alemã cuja a base é o Bayern de Munique), mas acredito que ele não iria querer romper seu atual contrato. Então acho que a solução é o Jorge Sampaoli, que apesar se sulamericano vê o futebol como europeu (todos diziam isso desde quando ele treinava a  Universidade do Chile).  Um técnico sem vícios, que olharia todos os jogadores e não convocaria apenas os estrangeiros ou os do eixo Rio-São Paulo.  Tenho certeza, por exemplo, que um técnico estrangeiro teria convocado o goleiro Fábio do Cruzeiro, goleiro esse que até os atleticanos reconhecem como melhor que o "São Vitor", e muito melhor que Jéferson e Julio César. #somostodossampaolio

terça-feira, 15 de abril de 2014

Uma questão de fisica

Não precisa ser nenhum físico formado para entender algumas questões lógicas da física. Se eu puxo alguém para trás ele não pode cair para frente.

O futebol tem convivido há alguns anos com algumas polêmicas que seriam facilmente resolvidas com uma simples questão de física. Acredito que se os árbitros tivessem um treinamento básico de físisca e treinasse seus olhos veriam quando os atletas se jogam e quando não.

Sou da opinião de que ainda que haja toque, se o jogador se joga, não deve ser marcada a infração e ele deve ser punido com o cartão amarelo, já que, do contrário, estaríamos premiando a torpeza, a desonestidade. Se a Fifa orientasse os árbitros a não marcar nenhuma falta em que há simulação ou valorização por parte do jogador e aliada a um treinamento da expressão corporal do jogador rapidamente as tentativas de enganar os árbitros, muito comum no Brasil, seriam rapidamente extirpadas.

O que inspirou a redigir esta postagem foi o jogo Cruzeiro e Atlético, de 13/04/2014, última partida da final do Campeonato Mineiro. O Cruzeiro, com o empate foi o Campeão e aos atleticanos restou a reclamação de que teria havido um pênalti de Dedé em Jô. Este comentário é isento de qualquer paixão clubística, pois mesmo cruzeirense faço este comentário de forma absolutamente imparcial, afirmando categoricamente que NÃO FOI PÊNALTI.

Até mesmo cruzeirenses acreditam que Dedé fez a falta em Jô, mas dizendo ou que foi fora da grande área ou que realmente Jô estava estava impedido como marcou o bandeirinha. Contudo se pararmos para olhar a expressão corporal do Jô e atentarmos para alguns detalhes do lance veremos que ele no momento em que vê que o passe foi forte demais  e que ele não alcançaria a bola SE JOGA.

A primeira evidência da simulação do atacante atleticano são os braços jogados para traz.  Fisicamente, e não precisa ser especialista para entender isso, a única possibilidade dos braços de alguém ir para traz numa queda é se ele for empurrado no meio das costas, caso em que o corpo é projetado para frente, e os braços ficam. Notem como Jô joga ambos os braços para cima, claramente se atirando.

Outra evidência da simulação são as duas pernas esticadas juntas. Se tivesse sido a força do empurrão, ainda que caindo o movimento das pernas continuaria sendo de uma ultrapassando a outra, já que ele estava correndo, e só se alguém tivesse travado as duas pernas ao mesmo tempo para que elas fizessem aquele movimento.

Notem que Dedé, com a mão esquerda estaria puxando Jô e não empurrando. Ora, se foi o puxão, Jô deveria ter caído para traz e não frente. E corpo dele deveria se virar no sentido do puxão e não continuar reto.

Desafio a qualquer especialista me provar o contrário.A questão não é analisar a mão do Dedé, mas sim se  foi ela quem provocou a queda. E no caso, olhando pela lógica física, Jô merecia ainda um cartão amarelo.

Se olhássemos outros lances pela lógica física, corrigiríamos várias injustiças e gostaria aqui de analisar mais um lance, que  parece ter sido pela unanimidade na imprensa considerado erro de arbitragem. Foi a final do campeonato brasileiro de 2005 entre Corinthians e Internacional. O famoso (suposto) pênalti no Tinga em que o árbitro Marcio Resende de Freitas não marcou e ainda aplicou o cartão amarelo no Tinga. Contudo ele foi absolutamente correto. Analisemos.

O goleiro Fábio Costa, realmente encosta na perna direita do Tinga, mas este se joga, invalidando, ao meu entender a marcação do pênalti. As evidências da simulação do jogador do Inter são claras. A primeira, como sempre, são os braços jogados para traz, essa pra mim já resolve a questão. Como já dito somente o empurrão contundente nas costas justifica tal comportamento. A segunda é observada olhando para a perna esquerda do jogador. Se o goleiro bateu na perna direita dele, o movimento natural da perna esquerda seria continuar o movimento de corrida.  Ele cairia virando o corpo no sentido do toque do goleiro. Entretanto, a perna esquerda dele sobe, é jogada para traz!!. Com que força? Alguém amarrou uma corda e puxou para cima?

Olhem novamente ambos os lances sob a perspectiva aqui lançada e varão que tenho razão. As simulações só continuam acontecendo porque as pessoas não analisam com olhos da lógica as quedas dos jogadores que estariam sofrendo falta e só olham para o jogador que estaria cometendo a falta e por isso erram. A mim eles não enganam.

Abaixo seguem os vídeos de ambos os lances, sendo que no lance do Jô com Dedé o lance pode ser visto a partir do minuto 1:10, e por favor, ignorem os comentaristas.


sexta-feira, 28 de março de 2014

Quanta Diferença!

Muito se fala na mídia sobre a diferença do futebol europeu para o sul-americano. De fato a diferença é bem grande. Entretanto, sempre que vamos exemplificar usamos times europeus como Bayern de Munique, o Barcelona, Chelsea etc. Estes times possuem os maiores craques do mundo e o valor de um jogador desses times compra um time inteiro do Brasil. O valor do elenco do Barcelona ou do Bayern por exemplo, é provavelmente superior ao de todos os clubes brasileiros somados. São equipes que conseguem ser superiores até mesmo às seleções de seus países. O Barcelona é simplesmente a seleção espanhola, com um reforçozinho de um tal de Messi. Os outros jogadores que compõem a dita seleção são do mesmo nível ou inferiores aos do Barça.

Então seria esta a razão da diferença, o poder econômico? Não simplesmente. Fato é que o modelo de jogo adotado na Europa prescinde de jogadores de maior qualidade. O Audax de São Paulo tentou esboçar algo parecido ao modelo europeu no campeonato paulista, mas sem jogadores qualificados não foi muito longe. Mas frise-se ter sido louvável a iniciativa. Os times europeus de médio e pequeno porte talvez também não  teriam muito sucesso no campeonato brasileiro, mesmo com o jeito diferente de jogar.

O modelo europeu, no entanto, tem algumas questões táticas muito mais evoluídas do que o modelo sul-americano, tais como:
Compactação: A distância entre o defensor mais recuado e o atacante mais avançado é de no máximo meio campo, aqui chega a ser de dois terços do campo..
Aproximação: No futebol europeu existe o "abafa" onde dois ou mais jogadores se juntam para roubar a bola, aqui se um jogador prende a bola apenas um adversário tenta o bote, o resto fica olhando.
Movimentação: Na Europa um jogador com a bola tem sempre duas ou mais opções de passe, sendo que durante a jogada os jogadores não se prendem ás suas posições originárias. Aqui se um lateral recebe a bola na linha de fundo, os outros jogadores ao invés de se aproximarem para chegarem na área envolvendo o adversário no toque, correm todos para a área e esperam que o lateral consiga superar o defensor e ainda cruzar perfeitamente, o que raramente acontece.
Cautela na definição: na Europa os times tocam a bola enquanto não encontram uma possibilidade realmente efetiva de dar uma assistência ou tentar o gol. Aqui os jogadores sempre tentam a jogada aguda, o passe em profundidade, o balão pra área, o chute precipitado, o lançamento de grande distância. A maioria dá errado.

Talvez estas sejam as maiores diferenças, além dos vícios dos sul-americanos de conduzir demais a bola, de só pensar no que vai fazer depois que recebe a bola, dentre outros.

Uma questão porém, ainda retrógrada em ambos os modelos é a marcação por zona, que será assunto de outra postagem.

Os técnicos brasileiros parecem não enxergar estas diferenças, ou, se enxergam, não tem coragem ou competência para implantá-las, enquanto isso ficamos admirando o futebol europeu que faz coisas tão simples, mas contrária à cultura de nosso futebol e por isso difíceis de vermos por aqui.

Fica aqui  minha esperança na vitória do Brasil na Copa do Mundo. Primeiro porque o torneio é de mata-mata (ou apenas "mata", já que é um jogo só), segundo porque a maioria dos jogadores da seleção jogam na Europa o que deve melhorar a tática da seleção, além da Copa ser no Brasil e ter como técnico um grande motivador (nada mais que isso, mas talvez seja o diferencial numa copa) como o Felipão.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Lugar de Craque é na seleção!

É inconcebível que jogadores comuns figurem na seleção brasileira em detrimento da convocação de craques. Craque é aquele jogador diferenciado, um superdotado da bola, capaz de coisas inusitadas, sem muito tempo pra pensar e com eficiência. A seleção brasileira tem hoje meio campo armadores de boa qualidade, como Oscar e Willian, mas eles não são craques. Em 2010 vimos uma seleção pessimamente convocada com jogadores comuns como Julio Batista, Josué, Elano, Kléberson, Grafite, enquanto Alex, então do Fenerbahce, nem foi lembrado, sem falar em Neymar e Adriano que vinha de um Brasileirão espetacular pelo Flamengo em 2009.

Em que pese hoje a seleção Brasileira ser bem melhor que aquela, um jogador, que tem sido vítima da incompetência de seus  técnicos e deficiência de seus companheiros, tem me provado este sentimento de injustiça com um craque: Paulo Henrique Ganso. Jogador que consegue ver o jogo de forma diferenciada, que sempre acha um companheiro para passar a bola (me lembra Veron e Riquelme no toque de bola), e capaz de fazer um golaço como fez contra o Corinthians ontem (09/02/2014), não pode ser preterido na seleção por jogadores comuns.

Ganso tem jogado errado no São Paulo. ele precisa voltar mais, atrás da linha da bola, para armar as jogadas, tal como se fosse um quarterback do futebol norte-americano procurando companheiros que se achem na "end zone", no caso, na grande área, e ainda devendo se apresentar mais para finalizações, seja de fora da área, seja chegando de trás na pequena área, fazendo gols. Futebol para ser o craque da seleção ele tem. É até mais genial (em questão de inteligência para jogar futebol) que o próprio Neymar, basta ser melhor posicionado em campo. Neymar tem sido mais efetivo porque depende menos dos outros (jogadores e técnicos).

Espero que o Felipão tenha a capacidade de enxergar como o Ganso poderia fazer diferença no meio de jogadores mais qualificados e não deixar mais um craque fora da Copa como fez o Dunga em 2010, lamentavelmente.

quinta-feira, 6 de março de 2014

O peladeiro!

Peladeiro sempre foi o apelido daquele jogador meio desengonçado, que joga sem posição definida, tal como um jogador amador de peladas, sem muita organização e compromisso tático. E um jogador nesse estilo tem feito a diferença no time do Cruzeiro. Ricardo Goulart. Ninguém sabe definir a verdadeira posição dele. Um meia, um atacante, um ponta de lança? Eu o definiria simplesmente como "Um peladeiro". Ocorre que em um time bem organizado como o Cruzeiro, esse jogador que ora arma, ora define, ora marca e faz tudo sempre como muita raça, tem feito a diferença. Ele não é um craque, não tem muita habilidade, nem tanta velocidade, mas sua movimentação o deixa praticamente imarcável, pelo menos no nosso ainda atrasado futebol, onde praticamente todas as equipes do mundo fazem marcação por zona e não individual.

Acredito que esse ano o Cruzeiro fature pelo menos dois dos quatro títulos que disputará (Mineiro, Libertadores, Copa do Brasil e Brasileirão- Tem ainda o Mundial, quem sabe?) e certamente Ricardo Goulart será um dos artilheiros. Ano passado ele fez muitos gols, mas perdia pelo menos o triplo de oportunidades. Se ele fizer metade das oportunidades que tem, vai dar o que falar!